Como um salário mínimo, todo fim de mês sinto um cansaço de um ano, talvez seja as tarefas, talvez não tenha tanta utilidade. As pessoas que passam ao redor sentam-se em poltronas relaxantes e simplesmente adoecem em sua própria comodidade. Eu, que tenho sonhos, olho as imagens que desenho numa folha rabiscada. Algumas palavras que têm um breve sentido, contornam o desejo dessa minha expansão, tão oprimida em suas tentativas fracassadas. Como folhetos distribuídos na rua, estou despojada ao léu, oferecendo o que sei transmitir, mais nada. Se não correspondo ao vasto mundo metamórfico, continuar-me-ei em lutas incessantes contra o tempo. Afinal, há alguém mais disposto a chorar? Este ato sublime da vitória sobre o corpo, demonstrando a decepção efêmera, ou o sentimentalismo divino. Não, não, quem seria tolo de perder um freguês por uma lágrima? E quem choraria junto a um tropel de choros repentinos, por um sonho? Continuem, assim, sentados no alto trono da alienação formal, negando para si mesmos a vontade de serem apenas livres. A minha extensão de amores são deveras maiores que minha racionalidade, e não temo esse instinto. As mesmas imagens que observo irão colorir a paisagem do pensamento, logo, produzirão a fertilidade ideológica e me farão completamente entregue ao léu, mais uma vez. E novamente me encontrarei com a sensação de inutilidade por não despertar, talvez, algo em ti com esse fragmento.
Um comentário:
A falta prática de mundo está em Alice em tudo, do osso a medula,falta prática no sentido de busca de argumentos que justifiquem o mundo,ora,mas este não é o principio ativo da poesia
trata se de um poema único,que sentimos no dia a dia,vivenciamos e sofremos,um poema para ser lido numa segunda feira a tarde.
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