Fitei bolas de cristal cobertas de um negro pano
Onde o mistério reinava imperial e soberano
Numa província de atrevidos servos olhares
De uma jovem que deixou todos os altares
Incrédulas rosas que desabrocharam sozinhas
No palácio da sabedoria que o homem definha
Caindo as pálpebras num sono quase eterno
Num túmulo alvo de encantados olhos céticos
Um mar de carência perpetuava os negros olhos
E dentro as ondas submergiam seus sonhos
A brisa que voava na evasão dos ares reais
Juntava-se ao seio dos vãos olhos serviçais
Por de trás de todo o muro tácito e descrente
Um coração desmanchado e por vezes, distante
Os olhos céticos penetravam como duas insônias
Em uma longa fascinação sinfônica
Eu, que sobre júbilos gorjeio versos sonhadores
Entrego o dispor de uma vida aos teus temores
O que o universo separa através de reclamações
Unifica com fortaleza todas as hesitações
Os olhos céticos escondem a brancura do peito
Perante um mundo lapidado de desprezos
Talvez o medo, um obséquio da temeridade
Construa os vidros da subjetividade.
Olhos negros céticos profundos e carentes
Sonham no fundo da alma sonhos inocentes
A coroa da sabedoria reina sobre o coração
Tornando seus sonhos uma adormecida canção.
retirado do Conto "Teus olhos céticos", Alice Maria.
3 comentários:
Incrédulas rosas que desabrocharam sozinhas
No palácio da sabedoria que o homem definha
Caindo as pálpebras num sono quase eterno
Num túmulo alvo de encantados olhos céticos
gostei muito disso. Parabéns querida Alice, parte viva de Rimbaud na terra.
Sabe... A vida é feita de momentos e coisas estranhas,
Por vezes absurdas...
Que a perfeição é feita de erros e acertos!
Assim eu me orgulho de ver o quanto evoluiu em seus textos...
De forma que fico orgulhoso de, sei lá... de certa forma poder ter te ajudado no começo de tudo!
=)
Te adoro...
Linda!
Uma graça seus textos, Alice. Parabéns. Muito bons mesmo.
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