quinta-feira, maio 27, 2010

Peco

Aquela maçã que mordi no teu ventre feiticeiro

Pecado letal primeiro, impiedoso sortilégio

Veneno no olho da serpente do paraíso faceiro

Tal encanto profano santo sacrilégio



Relâmpago na mata virgem dedo da vida

Precipitação no árido sertão das estiagens

Viagens. Teu peito esquerdo me alivia

O medo das loucas e estranhas passagens



Céu do sol solipso, estrela única do calor,

Sétima chave no fundo do túnel temido

Meu baú prendeu do mundo o ardor

Pecado não é provar do doce libido



Inferno do fogo pueril no seu olhar caído

Logrei seu corpo na veleidade do sonho

Ousei viver como a águia sentada no abismo

Vício da maçã rosada é um mundo risonho



Um comentário:

Unknown disse...

Há, lembrei do vestibular da UFG que eu fiz, onde havia justamente um poema sobre uma guria que comia uma maçã, e sentia culpa depois, e então Tupã aparecia a ela e dizia que não havia pecado algum. Auge dos movimentos antropofágicos, negação dos valores católicos, mergulho na cultura brasilieria, isso aí.