Minha terra já não tem palmeiras onde cantam os sabiás,
As aves que aqui gorjeiam calaram-se pelo som das armas
Aqui jaz o brilho de jaci, a asa de jaçanã, os lábios de Iracema...
Peri separou-se de Ceci, caiu a árvore Jequitibá.
Nesta terra o que se planta, já não se dá
O solo empalidecido não levanta os manguezais
Por onde andam os deuses que protegem o igarapé?
Fonte que mata a sede e permite a passagem do igarité!
Ouviram do Ipiranga, onde estão as margens plácidas?
Os raios fúlgidos queimam a pele, onde está o ozônio?
O povo heróico transformou o paraíso em pandemônio
Ciclones, furações, enchentes, chuvas ácidas!
Amazônia, teatro encantado onde reina a tristeza,
Madeira! Cai sobre o chão a tucumã que chora,
Por quanto tempo será vítima do homem a natureza?
Seguirá o sertanejo com a mão no terço. Ele ora.
Cerrado Vasto, riqueza que Deus lapidou
Beleza única, Lar de um bioma
A herança da natureza, o homem desmatou
Fez guerra, acumulou pólvora e bomba atômica
Rio das Éguas que corre pelos meandros correntinenses
Estão inundadas de areia as águas cristalinas
Não deixem o rio secar, protejam a nascente,
Os peixes, as garças, a fauna e a flora ribeirinha.
2 comentários:
Pôxa, uma releitura digna dos melhores poemas românticos!
Lindo, perfeito. Esse poema nos faz refletir sobre a triste realidade que se encontra a natureza, abordando de forma crítica o clássico patriotismo irreal com o globalizado sistema de valores contemporâneo.
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