sábado, janeiro 08, 2011

Posso brincar com as nuvens
Os loucos podem brincar
E eles têm imediatismo
São românticos
Certamente terão algo rasgado
Os loucos cospem no palácio
Não têm casas
São suas casas
Uma caneta é um cigarro
Um papel é um barco
Nunca correm riscos
Eles o fazem.
Os loucos têm espadas
E você não pode deter
A impaciência de um louco.
O louco um dia é chamado de louco
Descomedido, coitado.
E muita vez ele se regozija com isso.
Um louco também é visto
Como temperamental.
O melhor lugar para se encontrar um
É em lugares isolados,
Talvez inóspitos
Não porque ele seja sócio pata, esquerdista
Ou fugitivo,
Mas porque quase sempre ele está
Imaginando.
Discordando.
Um louco não habita seu lar,
Ele invade
Destrói seus conceitos,
Te faz confuso,
Te ama e te deixa
Mas ele volta e te faz feliz
Os loucos não planejam,
Eles precisam do mundo
E o mundo não precisa deles.
Eles voltarão para ver o ocaso
Eles tentam mudar o padrão
Mas, você insiste que não.
A idéia é uma nuvem.
Os loucos fazem dela imagens, artes
Brincam no seu âmago
Para torná-la talvez, melíflua aos paladares não aprazíveis.

2 comentários:

Volmer disse...

Belo e inspirador. Adorei!

Luiz Rosa Jr. disse...

Todo poeta é de fato um louco, não se importe. Ótimo poema!!

Um cordial abraço.